sábado, 5 de fevereiro de 2011

Diferença entre arte pré histórica e graffiti

Diferença entre arte pré histórica e graffiti
A história é permeada por fatos que retornam em diferentes períodos, assim como, por exemplo, as pautas das mídias. De seis em seis meses fala-se de vestibular, profissões em alta, compra de material escolar, dicas de paquera, celebridade do momento, entre outros assuntos. Claro que esse intervalo do tempo pode ter ondas cíclicas maiores, como é o caso das pinturas em paredes.
Arte rupestre é o nome que se dá às mais antigas representações pictóricas conhecidas. Datadas a partir do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.), as primeiras impressões de registro artístico foram gravadas em cavernas ou também em superfícies rochosas ao ar livre, mas sempre em lugares protegidos.
As pinturas rupestres são vibrantes descrições do cotidiano pré-histórico realizadas em policromia que, determinada a imitar a natureza com o máximo de realismo, gravaram para sempre as observações feitas durante a caçada ancestrais.
Milhares de anos mais tarde, a partir dos anos 60, as artes nas paredes ressurgiu por meio de um dos braços das artes plásticas da cultura hip-hop. No Bronx, subúrbio de New York, os membros das gangues rabiscavam as paredes para dividir o território dominado pelas gangues, daí pintar nomes quase ilegíveis, denominados tags, facilmente reconhecível como símbolos de um grupo.
Não apenas paredes e monumentos recebiam tintas – circulando por toda a cidade, os metrôs viraram alvos das gangues que buscavam divulgar sua existência. O conceito continuou o mesmo durante alguns anos, até que os tags não comportaram mais a ansiedade dos artistas. As pichações ganharam estilo e assumiram o status de grafite, com a inclusão de personagens e cenários.
Para o mestre em artes plásticas e professor Emilio Fernandes Rocha, “ograffiti é uma forma de expressão com alcance muito maior do que os outros tipos de arte existentes por aí, porque está na rua num contato direto com o público”.
Porém, os grafiteiros sofrem com o descaso e falta de conhecimento de quem observa tais desenhos nos muros das cidades, que vêem as suas pinturas como artes menores. Muitas vezes isso acontece pela não distinção entre pichação e grafite.
 “É corriqueiro pessoas verem você com uma lata de spray e achar que se trata de um pichador”, relata o grafiteiro Alecs Power, na ativa há mais de dez anos e responsável. “No entanto, a gente não pode ignorar a pessoa por não ter o conhecimento. Não é porque ele está desinformado que a gente vai criticar. No início de um trabalho é aquele monte de riscos, aquele monte de traços, e a pessoa não entende. Mas na hora que está tudo prontinho, ela vê que é legal”, complementa.
O sociólogo francês, Pierre Bourdieu, descreveu os julgamentos estéticos partindo da idéia de que as pessoas emitem julgamentos de valor do tipo “detesto música sertaneja” para se diferenciar de quem está numa posição hierarquicamente inferior. Segundo ele, “a arte e o consumo estão predispostos a desempenha, independentemente de nossa vontade e de nosso saber, uma função social de legitimação das diferenças sociais”.




Porém, como diz o grupo de rap capixaba Esquadrão em sua música Grafite, “alguns dos mais criativos fazem uma homenagem que, para identificar, demoraria horas. Mais legal é quanto mais a letra embola”. Isso demonstra que, para essa arte ser decodificada, é preciso conhecer os seus códigos e o conteúdo da cultura hip-hop.
Da mesma forma que as pinturas rupestres, o grafite é um reflexo estético dos anseios do homem, se fazendo notar por seu caráter primordial: enche de desenhos coloridos os espaços da vivência humana.

GRUPO DO CAIO.

Um comentário:

  1. Olá!!
    O texto ficou bem legal mais faltou imagens e comparações feitas por vocês no texto!!

    Bjs
    ;*

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